O desafio é grande (ou talvez não). Facto é que a saúde é uma área sensível e que é preciso ter muita atenção à situação de stress e ansiedade em que as pessoas se encontram e, talvez por isso, comunicar em digital e com boa saúde não deve descartar qualquer bom princípio de marketing e comunicação.
Mais informação e menos propaganda. Sim, menos propaganda! Já todos conhecemos as efemérides da saúde, já todos sabemos como é fácil dizer que a nossa organização é melhor do que qualquer outra em qualquer área especial e, nem a bengala da legislação nos servirá mais de apoio para não ter a comunicação digital integrada na estratégia global de comunicação.
Fazer proveito da crise para aumentar notoriedade é uma ilusão, para não dizer que é um mau princípio. Em vez disso, talvez seja melhor aumentar a cumplicidade e o vínculo com a audiência, nortear a estratégia de conteúdo pelo bom senso e com o conhecimento prévio das necessidades efetivas das pessoas.
Ou seja, será cada vez mais necessário entender as necessidades do público-alvo, perceber a jornada do cliente e dar respostas efetivas.
Produzir e difundir conteúdos de forma eficaz:
O que é que o seu cliente e os seus diferentes públicos-alvo necessitam de saber;
Onde é que eles procuram informação;
Qual é o formato mais adequado.
As organizações querem aumentar o reconhecimento das suas marcas, fazer conexões significativas com o seu público-alvo e eu diria que uma boa estratégia de conteúdos digitais, devidamente integrada, pode ser determinante para se destacar, conectar e converter.
Talvez o meu compromisso, de largos e bons anos com a saúde a par do meu sentido de missão, esteja a ser o grande impulsionador do que vos escrevo hoje. Entre alguns erros de estratégia (ou a falta dela) a que vou assistindo, alguns momentos de reflexão (meu defeito de nascença) e alguma coragem para não me deixar afetar pelas suscetibilidades feridas, aqui fica o meu contributo com alguns (6) princípios a ter em conta numa estratégia de marketing de conteúdo no setor da saúde:
Integrar canais de comunicação. Os consumidores transitam de um canal para o outro e esperam encontrar uma experiência consistente em todos eles, tornando essencial a comunicação integrada. Existem inúmeras combinações de pontos de contacto pelos quais o seu público-alvo pode passar, sendo necessário guiá-lo de forma adequada seja qual for o caminho.
Agilidade, proatividade e digitalização. Processos e ambientes ágeis são requisitos fundamentais para o futuro da comunicação nas organizações, “bye bye burocracia!” Empresas compartimentadas e muito hierarquizadas causam entropia. É preciso comunicar bem internamente, criar equipas por projetos e alimentar a proatividade na implementação das ações.
Content marketing strategist. A produção de conteúdos digitais é uma função determinante nas organizações e veio para ficar. Saber fazer, criatividade e bom senso na cabeça dos produtores de conteúdos é fundamental, mas a otimização de conteúdos (SEO) é uma competência que não lhes pode faltar.
Profissionais de comunicação mais analíticos. A comunicação também vive de números. Precisamos de ser cada vez mais analíticos, basear as nossas decisões em dados e transformá-los em conhecimento para entregar os melhores resultados.
Monitorização dos media (online e offline). Acompanhar métricas e KPIs. Não saber medir a exposição nos media significa não ter dados para construir uma estratégia de comunicação.
Termos técnicos não são sinónimo de credibilidade. Não vale a pena dificultar a vida ao leitor quando uma palavra ou um termo mais familiar evita o transtorno! A simplicidade aproxima, cria confiança e desenvolve a lealdade.
Esteja onde o seu público procura informação, com os formatos que ele mais aprecia, no tom e no estilo apropriados e com a linguagem mais adequada.
Bons conteúdos e um grande abraço!
Head of marketing and communication at bloom up | Content marketing strategist | Trainer | Consultant
Ilustração de António Aires
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