O perigo das “gordas”
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O perigo das “gordas”

Atualizado: 2 de jan. de 2021

Não, não é sobre senhoras gordas que vos vou falar, nem do quanto elas podem ser perigosas. As “gordas” são os títulos dos artigos. Aqueles que servem para chamar a atenção e apelar à leitura. Desiludidos? É natural e comum quando somos defraudados por um título. É exatamente essa a reflexão de hoje.



O mundo está a andar muito depressa e o tempo para assimilar tanta informação é insuficiente. Instala-se o perigo das “gordas”, os títulos a bold, os conceitos emergentes e imediatos, os movimentos rápidos e pouco fundamentados. A tendência comunicacional é maioritariamente digital, “porque agora tudo é digital”! Será mesmo assim? Agora tudo é digital? Talvez não, mas esse não é o tema de hoje. Futuramente iremos de falar sobre isso.


O acesso fácil à informação e o aumento considerável dos canais informativos acarretam novos desafios e alguns perigos. A par disto, a liberdade de comunicação cria novos comunicadores, novas referências e diversifica conteúdos. Vivemos numa democracia da comunicação e das mensagens proliferadas, e por isso o perigo da anarquia é uma realidade. Mas, o perigo ainda é maior quando estamos perante uma comunicação persuasiva e, independentemente do público a quem se destina a mensagem, embora haja públicos mais frágeis como as crianças, a fronteira entre manipulação e informação, torna-se cada vez mais ténue e, por isso, perigosa.


A acrescentar a isto temos a velocidade a que os conteúdos são veiculados. É tudo tão rápido que não há tempo para ler tudo com a atenção devida, e então fica-se pelas “gordas”. E estas, as “gordas”, são perigosas. A sua função, como disse anteriormente é chamar a atenção e apelar à leitura de um determinado conteúdo. Ficar apenas pelo título, é ficar pela rama, é ficar na ignorância.


Instala-se o caos: para o autor, se o título não é bom, não “vende”! Fraudes à parte, facto é que todos os autores se preocupam com os títulos e subtítulos das suas obras e é bom que assim seja. Para o leitor, se o título é bom, mas o conteúdo é fraco, desilude. Se o título é bom, avança para a leitura do subtítulo e, com tempo e alguma vontade, lê mais alguns parágrafos e até o artigo todo. Perfeito! Mas, há também aquele que desiste porque o que aí vem é longo, e não tem tempo nem “pachorra” para se inteirar do resto do conteúdo. Fica-se pelas “gordas”, que já fica muito bem e com o assunto completamente dominado!

Depois ainda temos a descontextualização e as leituras imediatas e curtas, como são exemplo aquelas fórmulas fantásticas do 2, …, 10 passos milagrosos para resolver um determinado desafio. Curto, por tópicos, e fácil de ler. Mais um curso intensivo quase com direito a diploma!


Ora, se por um lado o imediatismo da informação nos traz inúmeras vantagens, por outro é preciso estar muito atentos aos conteúdos emergentes pouco sustentados. “Roma e Pavia não se fizeram num dia”, e este é um ditado que se aplica na construção do conhecimento. Vivemos numa era em que tudo acontece muito rápido e onde se constata uma certa impaciência para aceitar o tempo que a construção do conhecimento exige. Hoje é muito fácil ser-se autor de uma opinião sobre um falso pressuposto. E é muito fácil ser-se produtor de conteúdos e ter níveis de audiência muito elevados. Pode ainda não ser um problema de saúde pública, mas se não estivermos atentos rapidamente lá chegará.


Cuidem-se!


Abraço.


Paula Ribeiro

Head of marketing and Communication at bloom up

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